quarta-feira, 16 de junho de 2010

Reportagem Correio do Sul

MP cobra atendimento ao Mal de Parkinson

O mal de Parkinson, doença neuro-degenerativa e progressiva que afeta a capacidade motora e emocional dos pacientes, atinge um número significativo de pessoas na cidade.
A Associação de Parkinsonianos Tocando em Frente, conta atualmente com cerca de 60 membros ativos que se reúnem todas as segundas-feiras em uma pequena sala na casa da própria presidente, Maria Célia Figueiredo.
Já de longa data eles vêm enfrentando a dura realidade da falta de estrutura do município, que não oferece profissionais para atuar com os pacientes. Eles precisam contar com a solidariedade de profissionais voluntários que desenvolvem as atividades durante uma vez por semana, nos encontros do grupo, além da boa vontade de órgãos como a Promotoria de Justiça, que sabendo da antiga batalha resolveu intervir.
Na terceira reunião intermediada pelo promotor Leonardo Todeschini, a Secretaria Municipal de Saúde prometeu dar tratamento especializado aos pacientes dentro das normas gerais preconizadas pelo Sistema Único de Saúde- SUS.
Em entrevista ao Correio do Sul, Dr. Leonardo salientou que ficou evidente no encontro as dificuldades estruturais do município para prestar a assistência necessária aos portadores de Parkinson. O transporte que era feito pela Secretaria deixou de ser realizado depois que o veículo sofreu um acidente e ficou sem condições de uso, um dos medicamentos que é de uso complementar está em falta desde janeiro e especialistas como psicólogos e fisioterapeutas ainda não foram contratados em função da anulação do concurso público.
“Sabemos das dificuldades, mas também entendemos que uma solução precisa ser buscada. Como percebemos que existe o real interesse da prefeitura em restabelecer os serviços, no momento estamos apenas intermediando, mas se necessário iremos intervir, inclusive com ação judicial para garantir o acesso”, salientou o promotor.
Dr. Leonardo ressaltou ainda que as intenções do município foram lavradas em ata e que a promotoria aguardará um prazo de 90 dias para verificar se algo de positivo ocorreu. Quanto à contratação dos profissionais, ele acredita que em torno de 120 dias já possa haver novo concurso e este serviço seja restabelecido.
A presidente Maria Célia avalia como positiva a reunião e diz ter certeza de que desta vez os associados terão seus pedidos atendidos. “Agora nos resta ter fé e acreditar que vamos ser tratados com respeito e dignidade. Acreditamos que com a intervenção da promotoria a nossa situação melhore”, conclui.



O jornal Correio do Sul tem acompanhado de perto a luta da Associação de Parkinsonianos para garantir o direito ao atendimento especializado. No início de março, uma reportagem mostrou o problema da falta de apoio da prefeitura e o fim de alguns serviços que eram oferecidos.
No dia 11 de abril, data em que se comemora o dia mundial do parkinsoniano, foi publicada outra reportagem em que os pacientes reclamavam que havia pouco o que comemorar, pois realizavam suas reuniões em um local insalubre e sem auxílio algum do município.
Agora no mês de junho, depois da terceira reunião com a promotoria a situação não mudou muita coisa, no entanto, a esperança aumentou na mesma proporção da determinação dessas pessoas em viver com dignidade e ser feliz.
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